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Zeca Camargo fala de Michael Jackson.. .I.

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Zeca Camargo fala de Michael Jackson.. .I. Empty Zeca Camargo fala de Michael Jackson.. .I.

Mensagem por MJalìíce Ter Ago 31, 2010 5:35 pm

Dito tudo isso, a próxima pergunta, finalmente, é: ainda há algum bom motivo para celebrar “Thriller”, de Michael Jackson?

Zeca Camargo fala de Michael Jackson.. .I. Ap_jac10

Nada fácil responder isso… Mesmo que você não tivesse já passado da adolescência no início dos anos 80, quase todas as músicas desse álbum já tocaram tanto de lá para cá que elas fazem parte da sua história pessoal – ainda que à revelia. Admita: mesmo que você tivesse um chilique e trocasse de rádio aos primeiros acordes de “Beat it”, você estava, ainda assim, reagindo ao trabalho de Michael Jackson. E se você, por outro lado (como eu muitas vezes fiz), se levantava hipnoticamente a cada vez que ouvia as batidas iniciais de “Billie Jean”, sabe bem que… essa é a sua vida! Sobretudo, se você está lendo este post no Brasil, orgulhe-se: saiba que das 104 milhões de cópias vendidas até hoje de “Thriller”, dois milhões foram só no Brasil – ah, que nostalgia lembrar de um tempo em que as pessoas de fato pagavam para ter discos… Segundo a wikipedia, só os americanos, os ingleses, os franceses e os japoneses (nessa ordem) compraram mais que a gente!


Mas estou aqui me perdendo em números quando o que interessa mesmo é discutir se a música que vendeu tanto – e fez de “Thriller” o álbum mais bem-sucedido de todos os tempos – ainda é relevante, 25 anos depois (não 25 anos exatos, uma vez que o lançamento nos Estados Unidos foi em novembro de 1982; o fato de a data estar sendo celebrada agora só pode ser explicada se imaginarmos que a gravadora não conseguiu colocar de pé a edição especial de aniversário antes do último Natal). Vejamos…
Não é de hoje que o comentário de quem gosta de mostrar que entende de música é que “Off the wall”, o trabalho anterior a “Thriller”, é muito melhor que o próprio. Hummm… Vou desconsiderar esse tipo de esnobismo cultural – e espero sua compreensão. A faixa-título desse álbum, “Rock with you”, e “Don’t stop ’till you get enough” (o registro mais fiel do que era uma pista de dança no final dos anos 70) são, de fato, impecáveis. Mas você é capaz de citar outra faixa do disco de cabeça? Para um álbum ser um marco cultural, é preciso mais que três bons “singles”… É preciso um conjunto musical mais variado, mais poderoso, mais original e mais divertido. E isso, para Michael Jackson, só viria com “Thriller”.



Ouvindo novamente as faixas originais, eu tentava me lembrar do impacto que cada uma me causou na época. O videoclipe tinha acabado de sair da infância e entrava titubeante na adolescência (lembrando, foi só com Madonna que o formato entrou na “vida adulta”) – por isso, infelizmente, essas memórias misturavam inevitavelmente sons e imagens. Logo… as lembranças não são boas. Já reviu o clipe de “Billie Jean” recentemente? Então você sabe do que estou falando. A música – aquela batida discreta, o canto choramingas e vingativo ao mesmo tempo, o refrão que não tem cara de refrão, o final infinito – é muito, mas muito superior aos requebros de Jackson sobre um piso iluminado.

O vídeo de “The girl is mine” é ainda mais constrangedor: uma história “fofa” onde Michael e Paul McCartney – que não são exatamente conhecidos pela capacidade de interpretação – disputam o amor de uma donzela, num cenário de “conquista do oeste americano” (PS: desde que escrevi e postei isto, Rafael U escreveu aqui nos comentários que “The girl is mine” não tem clipe e que as imagens às quais eu me referia eram de outro vídeo, “Say say say” – o que está corretíssmo. Minha confusão, porém, nos leva a duas conclusões. Primeiro, que aos 44 anos, tenho que aprender a confiar cada vez menos nos meus processos cognitivos… Segundo, que as duas músicas eram – ou são ainda – ordinárias o suficiente para favorecer a confusão. E mais: a “trama” do vídeo de “Say say say” bem que cabe na letra de “The girl is mine”. Assim, já que tanto faz – e, feita a correção –, prosseguimos). “Human nature” é um inofensivo momento narcisista. Mas todos esses pecados menores ficam na sombra do exagero “kitsch” da própria faixa “Thriller”.


Sim, sim, sim. O vídeo que deu origem a inúmeras apresentações embaraçosas em shows de calouro da televisão, além de infestar aborrecidas apresentações colegiais de fim de ano e festas familiares, é uma grande bobagem. Mesmo descontando os excessos dos anos 80, os 14 minutos desse pequeno épico, revistos hoje, são insuportáveis. Ou melhor: já eram insuportáveis naquela época. A cafonice do visual de terror, associada à coreografia brega (na linha “defuntos com ginga”), ofuscava a música – já em si superproduzida. E o resultado era um desastre.
Ah… como é liberador poder dizer isso depois de 25 anos! Sempre ficava meio constrangido quando surgia “Thriller” numa conversa. Não elogiava, mas também não conseguia disfarçar minha pouca admiração pelo “conjunto da obra” – música, vídeo, coreografia, culto. Guardava lá dentro de mim meu desprezo pela faixa que – e acredito nisso até hoje – ofuscava o bom trabalho do resto do disco. Mas agora já disse: não gosto de “Thriller” e, aplicando o raciocínio que já expus acima, se ouvisse a faixa hoje pela primeira vez não ficaria nem um pouco impressionado. Duvida? Então proponho que você escute a música sem nenhum viés, esquecendo que ela foi uma espécie de – pegando emprestado de Don DeLillo – “ruído branco” da sua vida. Ouve e verás…


Nem tudo, porém, está perdido. Esquecendo os vídeos, outras faixas merecem mesmo o título de clássicos – e, nessa audição “neutra” do álbum que fiz recentemente, é fácil concluir que elas merecem os elogios. “Human nature” reinventa a balada sensual – ironicamente falando, não de romance, mas de… comportamento. “The girl is mine” não é para mim, mas reconheço que é uma brincadeira charmosa de gêneros e uma solução elegantíssima para uma parceira com um ex-Beatle. “Wanna be startin’ somethin’” pega tudo de “Off the wall” e eleva a um patamar mais alto. “P.Y.T. (Pretty young thing)”, que poderia ser só um “filler” (uma faixa incluída para preencher o álbum), revela-se uma pequena obra-prima. Ainda tem o casamento perfeito de rock e soul de “Beat it” (essa sim, que lançada em qualquer ano, em qualquer década, iria fazer barulho). E a genialidade de “Billie Jean” – tão perfeita que é melhor deixá-la assim, sem mais adjetivos… você sabe o quanto ela é boa.
Por tudo isso – e não, insisto, por causa de “Thriller”, a faixa – “Thriller”, o álbum, merece ser comemorado nesse seu jubileu de prata. Tudo bem que nenhuma das faixas citadas acima me fez sentir a mesma excitação que veio quando ouvi “Demolición”, do Los Saicos. Mas não dá para negar que Michael Jackson criou ali algo que vai ser ouvido e celebrado “seculum seculorum”. Amém.


Nem tudo, porém, está perdido. Esquecendo os vídeos, outras faixas merecem mesmo o título de clássicos – e, nessa audição “neutra” do álbum que fiz recentemente, é fácil concluir que elas merecem os elogios. “Human nature” reinventa a balada sensual – ironicamente falando, não de romance, mas de… comportamento. “The girl is mine” não é para mim, mas reconheço que é uma brincadeira charmosa de gêneros e uma solução elegantíssima para uma parceira com um ex-Beatle. “Wanna be startin’ somethin’” pega tudo de “Off the wall” e eleva a um patamar mais alto. “P.Y.T. (Pretty young thing)”, que poderia ser só um “filler” (uma faixa incluída para preencher o álbum), revela-se uma pequena obra-prima. Ainda tem o casamento perfeito de rock e soul de “Beat it” (essa sim, que lançada em qualquer ano, em qualquer década, iria fazer barulho). E a genialidade de “Billie Jean” – tão perfeita que é melhor deixá-la assim, sem mais adjetivos… você sabe o quanto ela é boa.
Por tudo isso – e não, insisto, por causa de “Thriller”, a faixa – “Thriller”, o álbum, merece ser comemorado nesse seu jubileu de prata. Tudo bem que nenhuma das faixas citadas acima me fez sentir a mesma excitação que veio quando ouvi “Demolición”, do Los Saicos. Mas não dá para negar que Michael Jackson criou ali algo que vai ser ouvido e celebrado “seculum seculorum”. Amém.



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